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Banco de Dados: passo a passo como criar do zero

Se você é um iniciante ou curioso sobre Programação e Ciência de Dados, já deve ter lido ou ouvido falar que ambas as áreas lidam com bancos de dados.

Se você é um iniciante ou curioso sobre Programação e Ciência de Dados, já deve ter lido ou ouvido falar que ambas as áreas lidam com bancos de dados.

Talvez você até tenha uma noção conceitual do assunto. Mas quando chega na hora de escrever código SQL, parece língua de alienígenas. Que tal descobrirmos como fazer isso de forma simples e prática? 

Este artigo é um tutorial sobre como criar um banco de dados do zero  — em nível “iniciante” — em um dos sistemas de bancos de dados mais populares do mercado, o MySQL. Não sabe o que é isso? Venha conosco que vamos explicar passo a passo.

O que é um banco de dados?

Para começar, é interessante saber que o termo “banco de dados” pode remeter a três coisas diferentes:

  • Banco de dados: qualquer conjunto de dados inter-relacionados. Tanto uma simples lista de compras no bloco de notas do seu smartphone quanto o cadastro de funcionários de uma grande empresa são exemplos.
  • Sistema de Banco de Dados: é a interação entre dados, seres humanos, hardware e software, o que permite dar “sentido” e tornar os dados acessíveis, compreensíveis e utilizáveis.
  • Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD): é um software que permite manipular os dados nos dispositivos onde são armazenados, como memórias ou discos rígidos.

Pois bem. Neste tutorial, vamos mostrar como criar bancos de dados em um SGBD, o MySQL.

MySQL é um sistema de banco de dados relacional, que armazena dados em tabelas. Trata-se do segundo banco de dados mais utilizado no mundo, conforme ranking de julho de 2022.

É muito usado em sites e aplicativos e ganhou fama por ser o banco de dados padrão para WordPress, o sistema de gerenciamento de conteúdo mais usado da web, durante muito tempo.

Isso já basta para começarmos. Vamos para a prática.

Praticando em um ambiente online

Neste tutorial, vamos mostrar como mexer com MySQL em um ambiente online, sem precisar instalar nada, o que elimina complexidades. 

Profissionalmente, MySQL é usado a partir de uma instalação do software em um servidor, seja ele em computadores físicos ou em nuvens comerciais (como Google, Amazon etc.). Essa utilização, no entanto, é mais complexa e fugiria a um nível “iniciante”.

1. O que vamos fazer?

Antes de criarmos qualquer código, precisamos pensar e planejar o que queremos fazer. Vamos supor que queremos criar um banco de dados para armazenar dados de funcionários de uma empresa. 

Vamos escolher apenas quatro dados bem básicos dos funcionários:

  1. nome completo;
  2. idade;
  3. cargo; e
  4. salário.

Os dados que iremos alimentar nesse banco de dados serão os dos seguintes funcionários hipotéticos:

  • Maria Souza, 35 anos, Gerente, R$ 12.000,00;
  • João Silva, 27 anos, Analista Júnior, R$ 5000.00;
  • Ana Flores, 32 anos, Analista Pleno, R$ 7.500,00; e
  • João Santos, 21 anos, Estagiário, R$ 2.000,00.

Por fim, vamos demonstrar as quatro operações fundamentais para qualquer banco de dados, o CRUD (create, read, update e delete — em português, criar, ler, atualizar e excluir dados).

Vamos para o código.

2. Acessando o ambiente

O próximo passo é acessar nosso ambiente online. Para isso, clique no link https://onecompiler.com/mysql/ ou o digite em seu navegador.

Você irá acessar uma interface como esta:

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tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Interface do OneCompiler, um serviço que permite rodar comandos MySQL online. Fonte: OneCompiler

3. Apagando o código de exemplo

Na parte esquerda da tela do OneCompiler, você verá um código que começa com o termo “– create”. Selecione todo o código contido nessa parte do ambiente, desde “– create” até “… ‘Sales’;” e apague-o.

Experimente clicar no botão “RUN”, à direita da tela, e pronto. Temos nosso ambiente limpo para começarmos a criar nosso banco de dados. O ambiente deverá se parecer com isto após o passo a passo acima:

tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

4. Criando nossa tabela de dados

Quando usamos MySQL instalado em nossa máquina, precisamos primeiro criar um banco de dados para só depois criar tabelas de dados.

O ambiente online que estamos usando, porém, já nos dá um banco de dados criado, bastando que criemos a tabela em que iremos armazenar os dados.

A partir daqui, você estará “molhando os pés” em SQL (Structure Query Language ou, em tradução livre, “Linguagem de Consulta Estruturada”), a linguagem padrão para operações em bancos de dados relacionais.

Para criar nossa tabela, digitaremos o seguinte código na parte esquerda do nosso ambiente online:

CREATE TABLE funcionarios (

  nome varchar(100),

  idade int(3),

  cargo varchar(50),

  salario decimal(10,2)

);

O código deverá ficar assim na tela do navegador:

tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

Se você clicar no botão “RUN”, ainda não acontecerá nada na parte direita da tela (em “Output”), mas a estrutura de nossa tabela estará criada.

Vamos analisar o que fizemos no código:

  1. a declaração “CREATE TABLE funcionarios” instrui o MySQL a criar a tabela “funcionários” no banco de dados;
  2. as linhas seguintes, dentro dos parênteses, contêm a estrutura dos campos de dados da tabela:
    1. “nome varchar(100)” define o campo “nome” dos nossos funcionários, com o tipo de dados varchar (que permite armazenar quaisquer sequências de caracteres) no limite de até 100 caracteres — por isso varchar(100);
    2. “idade int(3)” define o campo “idade” dos funcionários, com o tipo de dados int, que se trata de um número inteiro, com tamanho de até 3 caracteres (permite valores até 999);
    3. “cargo varchar(50)” define o campo “cargo”, o qual também é do tipo varchar, permitindo armazenar até 50 caracteres; 
    4. “salario decimal(10,2)” define o campo “salario”, com o tipo de dados decimal, isto é, um número fracionário; a sintaxe decimal(10,2) ordena que este número possa ter até 10 caracteres numéricos antes da casa decimal e que haja dois caracteres após a casa decimal (isso permite formatar valores como um salário de R$ 5.000,00, por exemplo).  

Explicações longas à parte, é simples. Note que é quase como escrever instruções no inglês comum para que o sistema entenda.

Com isso, temos nossa tabela de dados. Porém, vazia. Pense nela como uma tabela do Excel sem nenhum dado. É assim que nosso banco de dados está. 

A partir de agora, então, vamos começar o CRUD, ou seja, a criar, ler, alterar e excluir dados na tabela.

5. Criando dados na tabela

Vamos ao “C” (create) do CRUD. Para criarmos os dados de nossos funcionários hipotéticos, vamos digitar um novo bloco de código SQL abaixo do que já criamos. O código é:

INSERT INTO funcionarios (nome, idade, cargo, salario) VALUES 

  (‘Maria Souza’, 35, ‘Gerente’, 12000.00),

  (‘João Silva’, 27, ‘Analista Júnior’, 5000.00),

  (‘Ana Flores’, 32, ‘Analista Pleno’, 7500.00),

  (‘João Santos’, 21, ‘Estagiário(a)’, 2000.00);

Novamente, evite copiar e colar o código e procure digitá-lo. Preste atenção às aspas simples, às vírgulas que separam os dados e conjuntos e ao ponto-e-vírgula na linha final. Se você esquecê-los, o código gerará erros.

Na tela, deverá ficar assim:

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tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

Vamos analisar o que aconteceu acima:

  1. a declaração “INSERT INTO funcionarios (nome, idade, cargo, salario) VALUES” instrui o MySQL a “inserir dentro da tabela funcionários (nos campos nome, idade, cargo e salário) os valores” que detalhamos na sequência;
  2. em seguida, especificamos os conjuntos de dados de cada funcionário, delimitados entre parênteses, como (‘Maria Souza’, 35, ‘Gerente’, 12000.00), com algumas características:
    1. os campos do tipo varchar (“nome” e “cargo”) precisam estar cercados por aspas simples ou duplas; se elas forem omitidas, nosso código resultará em erros;
    2. o campo “idade”, por ser um número, não vai entre aspas (se fosse, seria uma sequência de caracteres, como uma palavra, e não um número — computadores precisam desse “detalhismo” todo para entender as instruções, do contrário travam);
    3. da mesma forma, o campo salário também é um número e não vai entre aspas pelo mesmo motivo; a diferença para “idade” (que é um número inteiro) é que “salário” é um número decimal; como MySQL usa notação inglesa, o salário de R$ 12.000,00, por exemplo, tem de ser informado assim: 12000.00, sem o símbolo de “R$”, sem ponto para definir o milhar (12.000) e com ponto e não vírgula (12000.00 e não 12000,00) para separar as casas decimais.

Mais uma vez, é um passo a passo simples. A dificuldade está na sintaxe, mas ela não muda se você criar uma tabela com quatro ou com mil campos e inserir dezenas ou milhares de dados nelas.

6. Lendo dados da tabela

Vamos ao “R” (read) do CRUD. Para exibirmos os dados que criamos no banco de dados, basta acrescentar uma única linha de instrução após os demais blocos de códigos. A linha é:

SELECT * FROM funcionarios;

Digite isso abaixo do código que você já criou, no ambiente online, e então clique no botão “RUN”, à direita. Você verá os dados dos funcionários exibidos também à direita, em “Output”, dessa forma:

tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

O que a instrução “SELECT * FROM funcionarios;” faz é instruir o MySQL a selecionar todos os dados da tabela funcionários e exibi-los. O resultado será:

tabela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

Mas “feio” desse jeito, com os campos até desalinhados? Sim. O que interessa em programação e bancos de dados são as informações e não detalhes estéticos. Por isso, quanto mais simples e direto, melhor.

A partir disso, temos o necessário caso queiramos recuperar essas informações para utilizarmos de outras maneiras, em exibi-las (agora sim, estilizadas) em uma interface de usuário, por exemplo.

7. Alterando dados da tabela

Bem-vindo ao “U” (update) do CRUD. Digamos que nossa Analista Pleno, a Ana Flores, recebeu um aumento de salário, para R$ 8.500,00. O código para isso também cabe em uma linha:

UPDATE funcionarios SET salario=8500.00 WHERE nome=’Ana Flores’;

Experimente digitar essa linha de código no nosso ambiente online, abaixo dos códigos que você já criou. Adicione novamente a linha “SELECT * FROM funcionarios;” na sequência. E pressione o botão “RUN”.

Você verá, em “Output”, os dados da tabela exibidos novamente, agora com o salário de Ana Flores como sendo de R$ 8.500,00:

tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

8. Excluindo dados da tabela

Por fim, chegamos no “D” (delete) do CRUD. Vamos supor que o contrato do nosso estagiário João Santos terminou e precisamos excluí-lo do banco de dados.

Mais uma única linha de código basta:

DELETE FROM funcionarios WHERE nome=’João Santos’;

Digite esse código abaixo dos demais blocos. Insira, de novo, “SELECT * FROM funcionarios;” após. E não esqueça de pressionar o botão “RUN”. O resultado será:

tela do onecompiler para a criação de banco de dados
Fonte: OneCompiler

Note que os dados foram mais uma vez exibidos em “Output”. Porém, não há mais a linha com as informações do estagiário João Santos. A relação termina nos dados de Ana Flores.

Conclusão

Legal, não? Em um tutorial simples, você teve uma introdução a MySQL, um dos principais bancos de dados relacionais do mercado, à linguagem SQL e ao CRUD, as quatro operações fundamentais que executamos em quaisquer bancos de dados.

Obviamente, isso arranha apenas a superfície do assunto e é uma tentativa, como já dissemos, de “molharmos os pés” nas águas rasas dessas tecnologias. Há muito mais a explorar nesse universo.

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