Lean UX: Como integrar a metodologia ágil ao processo de design?
A alta competitividade no desenvolvimento de produtos digitais têm pressionado os UX designers mais do que nunca.
A alta competitividade no desenvolvimento de produtos digitais têm pressionado os UX designers mais do que nunca. Agora, não basta apenas entregar os melhores produtos, é preciso também entregá-los o mais rápido possível, e com o mínimo de desperdício.
Toda essa pressão abriu espaço para uma nova era de trabalho ágil, baseada em abordagens de design como o Lean UX — que se concentra na resolução de problemas e na minimização do tempo perdido.
Neste artigo, vamos ajudar você a se familiarizar com esse popular método de trabalho em UX, além de explicar seus principais fundamentos e sua importância, assim como ensinar a como integrá-lo ao processo de design.
Glossário
O que é Lean UX?
Termo cunhado pela empresária e Product Manager Janice Fraser, pioneira no mercado de UX, o termo Lean UX se refere a uma prática de User Experience adaptada para Lean Startups. Trata-se de uma metodologia estratégica de design focada em minimizar o desperdício de tempo e esforço durante o processo de design.
Baseado no popular Método de Design Ágil, em que as fases de design são paralelas umas às outras, em vez de se seguirem linearmente, o Lean UX consiste em uma abordagem de design colaborativa e centrada no usuário. Ela que se concentra em minimizar o desperdício de tempo, dinheiro e recursos durante o ciclo de design.
Ao adotá-lo, os UX designers se posicionam como membros altamente colaborativos da equipe de produtos ou serviços. A partir disso, o objetivo passa a ser testar suposições e hipóteses por meio da entrega de testes e experimentos de usuário.
O objetivo principal dessa metodologia ágil se concentra em obter feedback o mais cedo possível para que possa ser usado para tomar decisões rápidas.
Sua natureza de desenvolvimento ágil também sugere trabalhar em ciclos rápidos e iterativos de design (sprints) para garantir que os dados gerados possam ser usados em cada iteração.
A adoção do Lean UX permite evitar que os designers avancem a todo vapor com o produto e, então, os requisitos mudem ou as partes interessadas simplesmente não fiquem satisfeitas com o resultado — algo que ocorre com frequência no UX tradicional.
A abordagem Lean UX também afirma que o protótipo inicial de um produto sempre estará errado e precisará de melhorias, por isso incentiva a criação de um Produto Mínimo Viável (MVP).



O processo de encontrar essas soluções é conhecido como método de suposições e hipóteses. Ao olhar para o problema, você deve ser capaz de chegar a uma declaração de problema que então será transformada em um conjunto de suposições.
Existem três fases fundamentais do Lean UX. São elas:
- Construir: criar um protótipo de baixa fidelidade que descreva a espinha dorsal e os fundamentos básicos do design do produto;
- Medir: conduzir uma rodada de testes de usuário com base em seu protótipo e use sua hipótese para testar suas suposições;
- Aprender: analisar e desconstruir o feedback coletado antes de fazer as melhorias necessárias e levar o design para o próximo estágio.

O que é metodologia ágil?
A Metodologia Ágil, ou simplesmente Agile, é uma abordagem de desenvolvimento de software que visa a entrega contínua de software funcional criado em iterações rápidas.
Sua finalidade é ajudar as equipes de produto e/ou design a entregar valor aos seus clientes mais rapidamente, e com menos desperdícios.
As chamadas práticas ágeis incluem a descoberta de requisitos e incrementos a partir do esforço colaborativo de equipes auto-organizadas e multifuncionais. Além disso, são adaptáveis para o planejamento, entrega e melhoria contínua, permitindo respostas flexíveis a mudanças.
Fundamentos da Lean UX
O Lean UX possui ao todo três fundamentos principais:
- Design Thinking: ao pressupor que todos os aspectos de um negócio (ou qualquer outro sistema) podem ser abordados com métodos de design, o Design Thinking dá aos designers que utilizam Lean UX a permissão para trabalhar além de seus limites típicos. Além disso, incentiva não-designers a usar métodos de design para resolver os problemas que enfrentam em suas funções;
- Desenvolvimento Ágil de Software: a redução de tempo, assim como a divisão em ciclos, é o que ajuda a construir uma cadência de aprendizado contínuo e entregar valor ao cliente. Sendo assim, o desenvolvimento ágil é algo que fundamenta os desafios de processo para os designers, com valores alinhados com o Lean UX;
- Lean Startup: o ciclo de feedback “construir-medir-aprender” minimiza o risco de projetos e faz com que as equipes construam e aprendam rapidamente. No caso do Lean UX, esse conceito permeia a criação de protótipos rápidos projetados para testar suposições de mercado e usa o feedback do cliente para evoluí-los com velocidade.
Como funciona a Lean UX?
No modelo Lean UX, as equipes de produto geralmente são compostas por membros de diferentes departamentos (Product Owners, Desenvolvedores, UX Designers etc.).
Cada equipe trabalha para melhorar um produto específico e se concentra na melhoria dos processos que percorrem três fases:
- Pensar: as equipes discutem possíveis áreas de melhoria com base no feedback do cliente, pesquisas, comparações com concorrentes e observação do produto em uso. Em seguida, desenvolvem uma declaração do problema e decidem quais áreas desejam melhorar;
- Fazer: designers e desenvolvedores criam um novo recurso que poderá resolver um problema e/ou melhorar o produto;
- Verificar: as equipes de produto testam o novo recurso usando ferramentas como pesquisas de experiência do usuário e testes A/B, para descobrir se a hipótese estava certa. Caso os clientes respondam bem ao novo recurso, ele se torna parte do novo design.
Qual a importância da Lean UX?
Comparado ao UX tradicional, o Lean UX é saudado como uma grande economia de tempo e dinheiro. Contudo, sua importância vai além, já que ajuda a manter os designers focados em resolver o problema do usuário certo no momento certo.
Para se ter uma ideia, a abordagem convencional exige projetar um recurso ou solução específica por meses, investindo tempo e recursos consideráveis ao longo do caminho.
Todo esforço é feito sob o risco de descobrir que, no momento em que seus projetos são desenvolvidos e testados, os requisitos mudaram. Mas tudo isso se transforma ao adotar uma abordagem enxuta como o Lean UX:
- Fácil adaptação: ao construir e testar sua ideia inicial desde o início, é possível se certificar que está resolvendo o problema certo antes de investir mais tempo e recursos. Ao trabalhar em ciclos curtos, com testes e feedback contínuos, o Lean UX permite adaptar mudanças nos requisitos em tempo real;
- Menor exigência de recursos: não é à toa que o Lean UX se tornou tão popular entre startups e equipes sem recursos infinitos à disposição. Grande parte dos UX designers e outros profissionais de produto preferem seguir essa metodologia ágil;
Qual a diferença entre Lean UX e Agile UX?
Embora ambas estejam focadas em equipes altamente colaborativas e nada construção de produtos de forma iterativa, essas duas abordagens possuem nuances diferentes:
- Lean UX: significa autonomia e criatividade e envolve a opinião dos usuários no final. Ou seja, se concentra em melhorar a experiência do usuário;
- Agile UX: tem a ver com prática centrada na colaboração entre designers e desenvolvedores enquanto estes trabalham no produto. Em outras palavras, traz o melhor do desenvolvimento ágil para os processos de UX design.
O Lean UX descreve métodos e sua aplicação prática em ambientes dinâmicos e no desenvolvimento de produtos e negócios. Isso é feito por meio de medição constante e os chamados “loops de aprendizado” (construir – medir – aprender).
Enquanto isso, o Agile UX descreve a atualização da Agile Software Methodology com métodos de UX Design. Seu objetivo final é unificar desenvolvedores e designers no processo Agile de desenvolvimento de produtos.
Como aplicar o Lean UX no processo de UX Design?
Conheça a seguir os principais passos para implementar efetivamente o Lean UX no fluxo de trabalho em UX Design:
Hipótese e suposições
A primeira etapa consiste em criar uma hipótese clara e ajudar a evitar mudanças significativas de design no início de um projeto.



A hipótese inicia o processo Lean UX e é baseada na intenção do usuário e no resultado esperado da mudança de design. Trata-se de um esforço para eliminar o desperdício e reduzir o tamanho do projeto.
Como parte da construção de hipóteses, as equipes devem abordar algumas suposições sobre o projeto futuro. Isso por incluir perguntas como:
- Qual é o valor para o negócio com esta atualização? Por que é importante para nós?
- Quem são os usuários para os quais estamos criando isso?
- Por que essa mudança é valiosa para eles? Como eles expressaram a necessidade dessa atualização?
- O que a atualização específica implicará (quais são os recursos)?
Depois de estabelecer uma hipótese, você pode começar a projetar seu design com base nas suposições definidas.
Projeto
Projetar um produto ou design é uma etapa comum para todos os envolvidos. Aqui, com base em suas suposições, é onde você começa a preparar os recursos do seu projeto de design.
Além disso, é também um bom momento para começar a experimentar e descobrir quais recursos atendem à intenção do usuário e como você pode organizá-los melhor para uma experiência eficiente.
É importante enfatizar que, dentro do Lean UX, a fase de design é compartilhada de forma colaborativa ao longo do processo. Assim como qualquer outra parte da metodologia ágil, essa fase de design refletirá valores enxutos, como colaboração, transparência e iterações curtas para encontrar as melhores opções.
Construção do MVP
Depois de terminar suas telas de design iniciais, é hora de começar a implementá-las em seu MVP. Vale lembrar que essa sigla é usada para denotar um Produto Mínimo Viável, mas também pode ser referido como um Funcionalidade Mínima Comercializável, ou MMF.
O processo de construção tende a seguir de forma semelhante ao processo de projeto, com avaliação colaborativa e sprints curtos que culminam na finalização do produto final.
Seu produto ainda deve ser uma versão bastante crua, porém valiosa, do que seus clientes vão adorar. Isso permite que você integre o feedback o mais cedo possível e gere valor em torno dos recursos mais importantes.
Avaliação
Mesmo depois de construir seu MVP, o processo não está concluído. Agora é hora de avaliar o produto final juntamente com a equipe e fazer melhorias de forma colaborativa. Este é um ótimo lugar para começar a coletar feedback do usuário e estabelecer o que pode ser mudado para melhor.
O estágio de avaliação também é útil para descobrir quais desperdícios foram criados no sprint anterior e como isso pode ser eliminado. Além disso, a etapa ideal para a transição entre seu último sprint e seu projeto futuro.
Portanto, você pode otimizar e aprender com seu último projeto e priorizar essas mudanças em um próximo sprint.
Quer ingressar na área de Design? Conheça a Awari!
A Awari é uma plataforma de ensino completa que conta com mentorias individuais, cursos com aulas ao vivo e suporte de carreira para você dar um próximo passo na sua vida profissional.
Conheça nossa Trilha de Design e confira os cursos de UI e UX Design com jornada personalizada e materiais complementares desenvolvidos por especialistas no mercado.


