Avaliação Heurística: conheça esse método de UX Research
A avaliação heurística é um dos métodos de comprovação de usabilidade mais simples – e também mais importantes – de que temos conhecimento.
A avaliação heurística é um dos métodos de comprovação de usabilidade mais simples – e também mais importantes – de que temos conhecimento.
A usabilidade é uma das bases estruturais do desenvolvimento de um software.
Convenhamos: se você não consegue aprender a usar um aplicativo, um site ou uma ferramenta digital nas primeiras vezes que tentar, muito provavelmente não voltará a usá-lo de novo.
E mais: vai procurar outra solução parecida no mercado, na concorrência, algo que seja mais simples e que tenha uma interface mais amigável. Acertei?
Então veja neste conteúdo o que é a avaliação heurística, como conduzi-la e quais são suas vantagens e desvantagens.

Glossário
O que é avaliação heurística de usabilidade?
A avaliação heurística é um método de comprovação de usabilidade que segue princípios conhecidos como heurísticas.
Vamos descobrir à frente o que são as heurísticas, mas você pode conferir um conteúdo ainda mais completo sobre elas clicando aqui.
É durante a avaliação heurística que um UX Researcher ou qualquer outro profissional de User Experience vai:
- Identificar problemas na usabilidade de uma interface;
- Encontrar pontos de melhoria;
- Expor passos que são desnecessários na jornada do usuário e, como consequência, eliminá-los.
O mesmo estudioso responsável pela criação das heurísticas foi quem desenvolveu o método de avaliação.
Jakob Nielsen, em conjunto com Rolf Molich, chegaram a essa solução depois de muitos anos de experiência tanto ensinando as pessoas sobre usabilidade quanto prestando consultoria.
Considerada um dos métodos mais informais de inspeção de usabilidade, a avaliação heurística leva em consideração todos os componentes do design de uma interface.
Considera-se informal porque a avaliação é indicada para os primeiros estágios do processo, antes mesmo de definir as personas do sistema.
Além disso, o método não é tão dispendioso como outros tipos de teste de usabilidade, que podem gerar custos por conta do recrutamento de usuários, mobilização da equipe, tempo, estrutura física etc.
Normalmente os avaliadores aplicam tarefas típicas aos usuários, como fazer um cadastro ou uma compra por exemplo, e a partir daí extraem feedbacks importantes para os desenvolvedores, principalmente sobre a compatibilidade entre o sistema e as necessidades dos usuários.



Durante a avaliação os problemas encontrados são categorizados de acordo com o impacto que terão no desempenho ou na tolerância dos usuários.
É interessante que haja vários examinadores na avaliação heurística, e esta é uma orientação do próprio Jakob Nielsen, que identificou problemas ao aplicar a avaliação com apenas um examinador.
De acordo com ele, os resultados com mais avaliadores são melhores, têm uma revisão mais ampla e cobrem as heurísticas com maior cuidado e atenção.
Esse tipo de prova demora apenas alguns dias, tudo depende de qual é a complexidade da interface, o objetivo da revisão, os problemas que serão identificados e também o grau de competência dos examinadores.
É importante que os UX Researchers responsáveis por uma avaliação heurística tenham pleno conhecimento acerca delas e de outros aspectos de usabilidade que serão importantes na interação entre o usuário e o produto no futuro.
Trocando em miúdos, uma revisão de sucesso depende quase que exclusivamente da capacidade dos seus avaliadores.
A importância da usabilidade
A usabilidade é um dos pilares mais importantes quando uma equipe vai desenvolver um produto novo e lançar ao mercado.
Quanto maior a usabilidade de um sistema, mais amigável ele é ao usuário e, como consequência, melhor ele se sai quando comparado a produtos concorrentes.
Mas não é só nas vendas que a usabilidade mostra sua importância. A interação entre pessoas e máquinas está cada vez mais comum, cada vez mais inserida no nosso dia a dia, por conta dos rápidos avanços da tecnologia.
Isso significa que, numa medida cada vez mais comum e óbvia, as pessoas devem poder resolver seus problemas apenas mexendo com interfaces de aplicativos, sistemas, ferramentas, sites e outros produtos digitais.
E as startups, que já nasceram dentro desse contexto, precisam investir pesado em usabilidade se quiserem se destacar no mercado de consumo.
O que são as Heurísticas de Nielsen?
As Heurísticas de Nielsen são um conjunto de regras baseadas no bom senso acerca da usabilidade que têm como objetivo criar uma experiência amigável, intuitiva, simples e menos cansativa para o usuário.
Com a popularização dos computadores e de outros dispositivos ao longo das décadas, os profissionais da tecnologia perceberam que a interação entre pessoa e máquina deveria ser o mais simples possível.
Isso porque é inviável que cada usuário tenha um suporte 24 horas para ensiná-lo a usar programas de computador e outras ferramentas.
Além disso, as pessoas leigas não têm o mesmo conhecimento e a mesma expertise de quem trabalha diretamente com linguagens de programação, machine learning, inteligência artificial e outras tecnologias avançadas.
Portanto, a interação precisa ser fácil, e a essa facilitação damos o nome de usabilidade.
Quanto mais usabilidade um sistema tem, melhor para o usuário, melhor para o desenvolvedor e melhor para a empresa que criou o produto.
Foi nesse sentido que Jakob Nielsen e Rolf Molich propuseram, na década de 1990, as heurísticas de usabilidade, para que facilitassem a criação de qualquer interface em desenvolvimento.
As heurísticas de Nielsen são, portanto, regras gerais, ou seja, abrangem qualquer situação de experiência com uma interface, seja ela acessada pelo dispositivo que for: vale para tudo. São elas:
- Visibilidade do status do sistema;
- Compatibilidade entre o sistema e a realidade;
- Controle e liberdade para o usuário;
- Consistência e padronização;
- Prevenção de erros;
- Reconhecimento acima de memorização;
- Eficiência e flexibilidade de uso;
- Estética e design minimalista;
- Reconhecimento, diagnóstico e recuperação de erros;
- Ajuda e documentação.
Você confere detalhes do que são as heurísticas de Nielsen clicando aqui.
Como planejar e conduzir uma avaliação heurística?
O primeiro passo é definir o escopo da avaliação: o que ela deverá identificar, qual será o viés de avaliação, onde os examinadores vão precisar focar etc.
É importante pensar nisso antes de começar o planejamento porque, ao estabelecer um objetivo, as descobertas podem ser maiores, mais aprofundadas e mais numerosas também.
O segundo passo é definir quantos e quem serão os avaliadores. Lembrando que é fundamental escolher bem as pessoas, já que uma avaliação bem feita depende basicamente da expertise e da experiência do profissional que fará a análise.



E aqui vale uma dica: é bacana estabelecer de 3 a 5 avaliadores pelo menos, voltando à recomendação do próprio Nielsen de que uma pessoa só não rende bons resultados.
O terceiro passo é a análise em si. A avaliação heurística deve primeiro passar pelo crivo individual de cada examinador, que posteriormente deverá criar um relatório detalhado sobre suas impressões.
Isso significa que cada revisor vai precisar fazer sua análise sozinho, sem a participação dos colegas, e só depois do relatório criado é que todos eles se juntam para discutir e encontrar novos insights.
Observador: uma terceira peça
O observador é uma pessoa que fica de prontidão para ouvir e registrar os pontos do avaliador. Dessa forma, o profissional fica 100% focado na análise e não precisa ficar parando para anotar suas observações.
Basicamente o observador é uma terceira peça da avaliação heurística que envolve custos e também benefícios, com redução no tempo da análise, por exemplo.
Uma vez que cada examinador tem um observador para criar o relatório, a revisão pode ser feita bem mais rápido. Não ter observadores também implica aos condutores da avaliação um tempo maior de leitura e interpretação dos relatórios individuais.
No entanto, optar por contratar observadores envolve custos maiores, o que pode não ser tão interessante para equipes enxutas e com orçamento reduzido.
Vantagens e desvantagens da avaliação heurística
A avaliação heurística é um ótimo método de revisão de usabilidade, mas como tudo na vida, também tem pontos negativos. Veja a seguir alguns prós e contras.
Por existir um conjunto muito específico de critérios, que no caso são as heurísticas, a avaliação é tão boa quanto as pessoas escolhidas para desempenhar a revisão.
Isso significa que para ter um resultado eficiente e satisfatório, é importante contratar as pessoas certas e mais indicadas, o que gera custos.
Do ponto de vista da empresa, este pode até ser um contra, mas se avaliarmos a visão do profissional, ter uma base sólida de conhecimentos acerca das heurísticas pode significar uma grande vantagem competitiva e índice maior de empregabilidade.
Outro ponto importante é que a avaliação heurística não é necessariamente voltada a dados: seus resultados são baseados em vivências pessoais e bagagem de conhecimento.
Em outras palavras, os desenvolvedores não precisam levar as análises a ferro e fogo: elas são apenas mais um recurso para melhorar a usabilidade do software; se vão ou não acatar as orientações, fica a critério das lideranças do projeto.
No geral, a avaliação heurística é um método relativamente simples, barato e que leva muitos critérios importantes de usabilidade em consideração.
Isso proporciona feedbacks relevantes, traz à tona problemas reais do sistema que precisam ser corrigidos e cria muitas perspectivas acerca do produto que podem ser avaliadas por diversos setores, como vendas, marketing, financeiro etc.
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